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Primeiro Ciclo de Sabatinas recebeu 11 candidatos mineiros e promoveu debate político na UFLA

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Aconteceu entre os dias 26 de setembro e três de outubro o primeiro Ciclo de Sabatinas Eleições 2018, no Centro de Convivência da Universidade Federal de Lavras (UFLA). Promovido pelo Sindicato dos Servidores Técnicos Administrativos em Educação das Instituições Federais de Ensino Superior de Lavras (SindUFLA) e pela Associação de Docentes da Universidade Federal de Lavras (ADUFLA), o evento teve como objetivo aumentar o envolvimento da comunidade universitária com o processo eleitoral e incentivar uma discussão democrática e plural sobre temas de interesses específicos da Universidade.

Para o técnico administrativo Rossano Botelho, “diante da crise de identidade da nossa democracia, discutir política na universidade é fundamental, não apenas debater bandeiras partidárias, mas a política como formação para a cidadania”.

O Ciclo de Sabatinas recebeu, em quatro dias de evento, onze candidatos mineiros nas eleições de 2018 e movimentou a comunidade de Lavras e região. Foram eles: Senadores: Fabio Cherem (PDT) Vanessa Portugal (PSTU) Duda Salabert (PSOL) Deputado(a)s Federais: Luiz Carlos Silva da Cunha (PSOL) Cristina Del Papa (PT) Carlos Lindomar (PSL) Daniel Marçal (PSOL) Deputado(a)s Estaduais: Renata França (PSTU) João Paulo Felizardo (PSB) Dra. Salma (PR) Renan Reis (PR)

Participaram como sabatinadores, ao longo do evento, o técnico administrativo Rossano Botelho, o professor do Departamento de Automática (DAU), Daniel Pereira, a professora do Departamento de Educação (DED), Ellen Souza, a professora vinculada ao Observatório de Políticas Públicas da UFLA, Juliana Anacleto, o professor do Departamento de Administração e Economia (DAE), Renato Silvério e, como representantes discentes pelo Diretório Central dos Estudantes, Daniela Cardoso e Eduarda Magossi. Também foram sorteadas perguntas feitas pela plateia

Para o professor Daniel Pereira, a avaliação do evento foi muito positiva: “o evento superou minhas expectativas. Conseguimos trazer muitas candidatas e candidatos, a participação da comunidade universitária foi expressiva e, no geral, as discussões tiveram um bom nível. Política não pode se resumir ao período eleitoral, mas inegavelmente esse é um momento em que há maior abertura das pessoas para a discussão e acho que conseguimos aproveitar bem essa oportunidade”.

Uma das questões constante em todos os dias de sabatina, foi a tendência do debate político atual em demonizar os servidores públicos como responsáveis pelas mazelas da sociedade. A partir dessa premissa, questionou-se quais privilégios dos servidores públicos deveriam ser combatidos.

Em respostas não unânimes, para a candidata Cristina Del Papa (PT), que é servidora técnica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), os servidores públicos da área da educação não possuem privilégios. Pelo contrário, são os mais desvalorizados. De encontro a essas ideias, Luiz Carlos (PSOL) opinou que essa falácia de privilégios advém de um grupo político – esses, sim, privilegiados - que possui interesse de “precarizar” o serviço público, a fim de privatizá-lo.

De forma explicativa, Daniel Marçal (PSOL) apontou necessária a separação dos tipos de serviço público, sendo eles os do legislativo, executivo e judiciário, e que cada grupo, portanto, possui suas particularidades.

Para Renata França (PSTU), afim de evitar as privatizações, deve-se combater a falácia de que só há corrupção no setor público, pois a terceirização acabaria de vez com os direitos trabalhistas. Felizardo (PSB), por sua vez, acredita que o que se deve combater é o preconceito contra os políticos, pois existem também políticos bons. O candidato propôs, ainda, que os servidores públicos devam ser treinados e valorizados, além de retribuírem sua garantia de estabilidade prestando serviço de qualidade à população.

Em corrente contrária, o candidato ao senado Carlos Lindomar (PSL) afirmou que o servidor público vem “pastando na mão do governo federal”, e que aqueles que são corruptos devem ser banidos do serviço público. Se disse ainda contra os privilégios como auxílio moradia e acredita que o Estado precisa ser reduzido para que seja mais eficiente, por meio da redução de cargos e de ministérios.

INVESTIMENTOS EM EDUCAÇÃO

Com a nova Emenda Constitucional nº 95, aprovada pelo governo Temer (MDB), gastos públicos em educação ficam congelados durante 20 anos. Questionados sobre como trabalhar com investimentos em educação, os candidatos apresentaram suas propostas. Cristina Del Papa (PT) entende que a educação não é mercadoria, mas uma função social, geradora de desenvolvimento. Por isso, deve ser obrigação do Estado. Contra a “Deforma do Ensino Médio”, a candidata, assim como Daniel Marçal (PSOL), propõe gerar recursos a partir da taxação de grandes fortunas, acabando com a isenção para banqueiros e empresários. Reiterou, ainda, que o ensino superior possuía cunho elitista, mas que hoje se ampliou graças à políticas de inclusão.

De encontro ao pensamento de Cristina, Luiz Carlos (PSOL) enfatizou a importância de se cuidar da educação na primeira infância, por ser uma importante etapa de formação das crianças. Acredita que a educação é a base de tudo e que ela pode, inclusive, reduzir gastos com saúde, por exemplo, ao trabalhar, na Educação Ambiental, com saúde preventiva.

As candidatas do PSTU afirmam que nenhum candidato dirá ser contra a educação, e que é fundamental revogar a Emenda Constitucional nº 95, assim como parcerias entre universidade pública e privada, melhorando as universidades do Estado.

A primeira mulher trans candidata ao senado, Duda Salabert (PSOL), aborda a importância de se conquistar espaços simbólicos na sociedade, e que isso deve acontecer por meio da educação. Defendeu o perdão da dívida do Programa de Financiamento Estudantil (FIES), e, ainda, o debate do próprio conceito de universidade, combatendo a lógica da exclusão.

Os candidatos lavrenses também apresentaram seus pontos de vista. Para Cherem (PDT), é necessário melhorar os índices na educação. O candidato acredita que programas como FIES, PROUNI e cotas são maravilhosos. No entanto, diz não ter uma postura segmentada na área de educação. Por sua vez, Carlos Lindomar (PSL) propõe tirar dinheiro da corrupção para melhorar o ensino básico, enquanto Felizardo (PSB) defende a educação em tempo integral, junto com cursos técnicos e profissionalizantes. No entanto, acredita que para manter bons salários na educação, é preciso “desinchar a máquina, pois o Estado está cheio de penduricalhos”.

Ainda sobre educação, mas no contexto das universidades, os candidatos explanaram sobre suas propostas para aprimorar as áreas de ensino, pesquisa e extensão. Dra. Salma (PR) afirmou que a pesquisa é a base do conhecimento, e que, por isso, deve haver um resgate das bolsas de pesquisas que sofreram com a precariedade de repasse para instituições como Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig). Cristina Del Papa (PT) concordou com a importância do financiamento público nessa área, para tornar nossa produção científica relevante internacionalmente. Já a candidata Renata França (PSTU) acredita que o financiamento privado para fazer pesquisa na universidade acaba aproveitando a estrutura de algo público, e que isso pode ser prejudicial ao setor.

O candidato Felizardo (PSB) propôs um acordo mútuo entre Estado e quem usa seu financiamento no ensino superior: que o estudante “pague” o FIES por meio da prestação de serviço público à comunidade mais carente, e Carlos Lindomar (PSL) reitera seu posicionamento de que, “se fecharmos a torneira da corrupção, irá sobrar dinheiro para outros setores”. POLÍTICAS SOCIAIS, LGBTQ+ E COTAS

Alguns dos assuntos mais perguntados pela plateia aos candidatos e candidatas perpassaram questões como políticas para as mulheres e minorias, envolvendo as causas LGBTQ+ e cotas em processos seletivos e concursos. A candidata Cristina Del Papa (PT) reforçou sua postura de atuar junto aos movimentos feministas para fazer políticas públicas, fortalecendo a pauta das mulheres.

O candidato Cherem (PDT) afirmou que a minoria sempre foi o diferente, e que “a mulher não deve ter que se masculinizar para ser respeitada”. Pretende, portanto, ampliar regras para a configuração do crime de ódio para com todas as minorias. Por sua vez, Felizardo (PSB) assume não ter nada contra a população LGBTQ+, mas não acredita que o Estado deva interferir na escolha “dessas pessoas”.

O candidato Renan Reis (PR) diz não defender nenhuma causa, mas se posiciona à favor de cotas. Contrário a sua posição, Carlos Lindomar (PSL) afirma ser à favor da meritocracia, e, portanto, de dar base igual para todos competirem. Também diz que “não se deve utilizar dinheiro público para causas que não são de interesse público, como religião, LGBTQ+”.

A candidata Duda Salabert (PSOL), que atua em uma ONG junto à população transexual e travesti em Belo Horizonte, apresentou alguns dados: segundo a candidata, o Brasil é o país que mais mata travestis e transexuais no planeta; a expectativa de vida dessa comunidade é de 35 anos e 41% está com HIV. Além disso, 80% dos assassinatos ocorreram com violência exagerada, com ódio. Para ela, “ainda não conseguimos alcançar o status de humanidade. Ainda se discute no congresso que banheiro iremos usar. Humanidade é algo que se conquista. Até pouco tempo atrás, os negros não eram vistos como humanos”. Portanto, a candidata defende a extensão da política de cotas para travestis e transexuais.

Após o grande envolvimento da comunidade no Ciclo de Sabatinas Eleições 2018, pretende-se, de acordo com os organizadores, enviar convite aos candidatos a governador, em caso de segundo turno, para uma nova edição do evento.

Todas as fotos podem ser conferidas no Facebook do Sindufla, na página https://www.facebook.com/sindicatoufla/ Por Marina Alvarenga Botelho Jornalista freelancer

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