Neste sábado (23), em cerca de 90 cidades houve protesto pelo 'Fora Bolsonaro' e para pressionar o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), a desengavetar os pedidos impeachment
O dia de protestos contra o presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL), que começou na manhã deste sábado (23), ganhou força nesta tarde com grandes carreatas em São Paulo, Belo Horizonte, Fortaleza, Curitiba e Porto Alegre. Os atos foram convocados pela Frente Brasil Popular, Povo Sem Medo e CUT, após o agravamento da crise sanitária e a falta de matérias-primas para a produção de vacinas pelo Instituto Butantan e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Foi um dia histórico para o movimento sindical e movimentos sociais. Em todo o país, milhares de pessoas se uniram em carreatas, mantendo distanciamento social e seguindo protocolos de segurança para expressar a insatisfação ao governo Bolsonaro.
Desde as primeiras horas da manhã, as ruas foram tomadas por essa onda de protestos pelo impeachment do presidente. Mais de 90 cidades, incluindo 24 capitais e o Distrito Federal, marcaram o dia protesto na manhã deste sábado para pressionar o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), a desengavetar os pedidos impeachment.
A Secretária de Mobilização e Relações com Movimentos Sociais da CUT, Janeslei Albuquerque, considera as manifestações deste sábado um grande grito de revolta pela população.
“É um grito contra os abusos, os desmandos, o desrespeito e os crimes cometidos pelo conjunto do governo Bolsonaro”, diz a dirigente, reforçando que o governo de Bolsonaro é responsável pela destruição econômica do país.
Janeslei ainda aponta a tragédia social pela qual passa o país, citando a própria pandemia como exemplo. Ela afirma que, de caso pensado, o governo mantém uma política genocida na pandemia.
A tragédia em Manaus não é ponto fora da curva. Foi anunciada, prevista e denunciada, mas absolutamente nada foi feito - Janeslei Albuquerque Além disso, ela afirma que o governo não teve intenção, nem vontade, nem preocupação em providenciar contratos de vacinas e acordos que garantissem a vacina para todos, destruindo assim uma estrutura tradicional no país de 50 anos de sucesso em campanhas de vacinação. “O governo prefere a contaminação total e chegamos ao ponto de pessoas morrerem asfixiadas por falta de oxigênio quando temos em Araucária, no Paraná, uma fábrica que poderia produzir o oxigênio necessário para salvar vidas no Brasil, mas foi desativada há um ano”, diz Janeslei se referindo à Fafen que pertencia à Petrobras. “Eles querem nos matar e a adesão às carreatas é uma resposta contundente e o início de uma série de mobilizações que recomeçam no país. É um grande grito de basta. Já passou da hora de Fora Bolsonaro”, conclui.
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